Encontro Pagão da Baixada Santista

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terça-feira, 3 de junho de 2014

Sagrado Feminino, Seu Corpo Seu Templo, Seu Sangue Sua Magia

Blogagem coletiva.
Olá Pessoal.



Hoje o foco deste texto são as mulheres ok pagãozada, e nada impede os meninos de lerem tendo em vista que sempre terão uma mulher em suas vidas.
Esse post também é diferente por outros motivos, como sabem estive em Paranapiacaba expondo e como levei algumas coisas do altar menstrual, descobri que algumas mulheres não conhecem nada do assunto e essas mesmas mulheres sofrem com cólicas que muitas vezes tentam sem sorte resolver com remédios de farmácia fora os outros sintomas de TPM
Ai penso, - Claro que sofrem o momento da menstruação é um momento de morte e renascimento é seu ventre conectado com o ventre do mundo, é sangrar seus poderes mágicos, afinal o seu sangue cura a terra e cura o mundo também! Estranha essa frase? Talvez, mas quando você estudar o assunto entenderá ela melhor.
Seu corpo é seu templo, ele é sagrado e você deve cuidar dele, se conectar com ele e porque não dividir esse momento com outras mulheres como na Antiguidade, Escute seu corpo, sinta essa conexão e Saiba lidar com Ele, ele quer atenção Escute-o, se você não escutar seu corpo Ele vai Gritar.
Porem como disse essa é uma blogagem coletiva e vou falar um pouco dessas mulheres que vão escrever e de nossas historias, há um tempo atras como muitos que seguem esse Blog devem saber comecei como Bruxa solitária e anos depois entrei pra um grupo de estudos que se transformou em um Coven e lá fui iniciada na Wicca e nos mistérios do Sagrado Feminino Também, tenho até hoje meu altar menstrual adquirido naquela época, meu diário de Lua Vermelha que hoje tem um sentido mais amplo que antes rs e quem me abriu pra essa visão inicialmente foi a Babi Guerreiro, dentro desse mesmo coven estavam a Livia e a Rhaid, onde de muitas reconsagrações do Ventre passamos juntas e a Rhaid pra mim sempre foi a irmã mais velha e conselheira, se eu sentia cólicas em um determinado mês ela me ajudava a ver o porque pra que aquela situação não se repetisse eu parei de participar dessas reuniões, pois estamos em cidades diferentes com horários diferentes enfim... e a Livia que continuo participando quando parei hoje está em Curitiba e passando pelo processo de vida nova, casa nova, cidade nova, clima diferente, marido e sem Coven vivendo seu Sagrado a Benção de ser mulher em um momento diferente.
3 mulheres, 3 historias, 3 vivencias e 1 certeza o Sangue é vida, o Sangue é sagrado e ser mulher é uma benção.
)O( Freya Vivienne


A Guerreira Ferida

Após muitas leituras, conversas com outras mulheres e pesquisas decidi me perguntar quem é a “Guerreira Ferida”? É a mulher independente, confiante, bem sucedida, a mulher que conquistou o seu espaço dentro do mercado financeiro, tendo geralmente excelentes cargo e remuneração, muitas vezes sendo chefe de muitos homens. É capaz de resolver qualquer problema e geralmente não pede ajuda, mesmo quando precisa. Conquistou essa posição com muita luta, enfrentando toda a dificuldade que existe para uma mulher ocupar um cargo de confiança em uma sociedade patriarcal, muitas vezes sangrando para isso.
“Durante sua “jornada” essa guerreira, por proteção, veste-se com uma “armadura” e está sempre com sua ”espada” na mão, uma visão simbólica que demonstra estar na defensiva. Acredita que não precisa de companhia, abandonou a fantasia do “Príncipe Encantado”. Algumas vezes essa “Guerreira Ferida” se torna amarga, zangada e se castiga privando-se de vivenciar suas emoções, de demonstrar suas fragilidades, ser espontânea. Só que essa ‘Guerreira’, na realidade, está muito ferida; a dor é sentida na alma, no coração. Ela está cansada de lutar, a armadura está pesada e ela sente que há necessidade de equilibrar o uso da espada.”
Na psicologia feminina, segundo a especialista no assunto, Jean Shinoda Bolen, a “Guerreira Ferida” é um dos arquétipos mais presentes na sociedade atual. Shinoda relaciona este padrão fazendo uma comparação entre a mulher contemporânea e as deusas gregas. Nesta visão a “Guerreira Ferida” é a mulher em desequilíbrio entre os arquétipos das deusas Afrodite e Athena.
A mulher teve que despertar este arquétipo da guerreira para sobreviver na sociedade atual. Ela veste suas armas para realizar seus sonhos. Só que não sabe como equilibrar este padrão com as outras faces do feminino que habitam em seu interior e ainda a medida certa entre o equilíbrio das energias masculina e feminina.
Como curar a “Guerreira Ferida”? Segundo Suzana Kennedy, ”a Guerreira Ferida almeja se transformar em Deusa, mesmo que não pudesse usar essas palavras para descrever o seu desejo. Quem é a Deusa? A Deusa é simplesmente a incorporação do Divino em um corpo feminino. Ela tem discernimento e age com integridade. Ela tem uma essência de paz interior que é inabalável. A Deusa irradia uma energia que é tão poderosamente bela, amorosa e suave, que os outros são atraídos para ela como imã.”
A Deusa pode ter sido uma “Guerreira Ferida”, mas curou suas feridas, equilibrou a face guerreira com as outras faces: a mãe, a amante, a menina, a anciã, a protetora, a espiritualista, a sombra, a luz, etc. Ela sentiu todos os seus medos, anseios, raiva, amor, libertando-se. Ela transformou seus sentimentos, a traição e abandono em confiança e tranquilidade. Ela aprendeu a olhar para dentro e gostar do que vê. Ela combate o ataque espiritual e físico com amor.
A “Guerreira Ferida e a Deusa”: dois arquétipos femininos poderosos. Um cansado e ferido; o outro, radiante e curado.
A mulher que vive o padrão da “Guerreira Ferida”, para ser curada, deve reencontrar-se com sua “Deusa Interior” e isso torna-se mais fácil quando a mulher descobre a sua espiritualidade, sentindo que o divino habita dentro de si mesma, esse é um dos maiores legados que o movimento do Sagrado Feminino pode promover para as mulheres da minha geração, que foram criadas e incentivadas a se tornarem profissionais bem sucedidas. Nesse reencontro essa “Deusa Mulher” renasce e sabe desfrutar toda sua feminilidade com coragem que emana do seu coração. Ela confia plenamente no poder de ser mulher, nos seus instintos, no poder do seu ventre sagrado. Ela se liberta de seus sentimentos suprimidos de traição e abandono. Ela equilibra razão e emoção, masculino e feminino... Ela irradia amor, confiança, beleza. Ela também sente o divino em todos os seres, sentindo necessidade de compartilhar a sua descoberta.
Curada, essa guerreira reconhece e desperta outros aspectos da Deusa que lhe sirvam melhor em qualquer momento.
Reconhecer a ferida e saber que temos a responsabilidade e oportunidade de se curar é o grande segredo para dar o passo definitivo na direção da cura dessa Guerreira que anseia em ser Deusa, isso é possível, quando aprendemos de novo sobre como acessar nossa sacralidade, reverenciando nossos ciclos como nossas ancestrais faziam, pararmos de agir como o sistema nos programou, reprogramando nossa consciência, voltando-se para o centro de nós mesmas, o centro da Terra, o Útero da Grande Mãe. Lá em seu colo nos encontramos com a Deusa Interior, e curamos nossa Guerreira, que aprende a usar sua espada e seu escudo somente quando for realmente necessário. Esse processo árduo, não acontece de uma hora para outra, mas com dedicação e paciência, conseguimos ótimos resultados, experimente!

Texto de Babi Guerreiro – Organizadora do Circulo Feminino de Gaia - em Santos (SP), desde 2008 – promovendo encontros e círculos de mulheres para celebração dos Mistérios Femininos, Reconsagração Menstrual, Ritos de Passagens e aconselhamento.
Fontes de consulta:
Texto “A Guerreira Ferida” de Suzanna Kennedy.
"Mulheres que Correm com os Lobos", de Clarissa Pinkola Estes
"As Deusas e a Mulher", de Jean Shinoda Bolen.


Apenas um Depoimento
Cheguei numa época que num consigo dormir direito pois tenho incômodos na costas, estou com frio excessivo, choro por tudo e por nada, ah se choro, não me olhe torto nem fale alto comigo, não indique filmes emocionantes pois não vou ver porque do jeito que estou choro vendo até comedia. Mas nem só de tristeza vive essa minha fase, também estou muito irritada, não me contrarie pois talvez eu ti de um soco por pouquíssima coisa. Cabelos ressecados, cheia de espinhas parecendo uma adolescente...
Se vc acha que esses meus dias se tratam de TPM acertou.
Agora eu sei que é TPM, antes eu num sabia, antes eu nem percebia que tinha
Antes antes, antes do que?
Antes de me reunir com outras mulheres 1x no mês pra falar sobre o sagrado feminino
Nessas reuniões falava-se sobre a saúde da mulher, mitos e verdades sobre o ciclo, absorventes, copinhos e paninhos, remédios naturais e comprimidos, anticoncepcional e tabelinha... ah tabelinha antes eu nem sabia quais são as etapas do ciclo, nunca sabia quando ia descer, por mais regulada que eu seja, sempre dei sorte que vinha durante a noite então num sujava muito a roupa e logo que levantava da cama já colocava o absorvente...
Falávamos também sobre a deusa e seus arquétipos, até com quem não seguia nenhuma religião diretamente ligada a Ela porque tratávamos das questões de auto conhecimento...
Antes eu dizia que num tinha TPM porque eu nunca fui muito de ter cólicas e eu resumia nisso, de resto eu nem me dava conta, a irritação por exemplo era descontada na minha mãe que provavelmente tinha a TPM dela ao mesmo tempo então aos berros a gente se entendia
Durante eu posso até dizer que eu não tive TPM mesmo porque eu acompanhava meu ciclo e a companhia de outras mulheres pelo menos 1x ali junto falando sobre isso me fazia muito bem
Agora, ah agora eu moro a quase 400 km de distancia dessas mulheres, a maioria amigas, longe inclusive da minha mãe. Agora eu moro apenas com meu noivo, que não entende nada dessas coisas e ainda acha que a TPM que tenho atualmente se trata de frescura. Nos últimos 7 anos é que com a convivência com ele comecei a perceber a existência da TPM, nos últimos 2 anos que estamos morando juntos, essa convivência direta com um homem faz perceber mais ainda a TPM.

Agora eu tenho TPM de novo, mas a diferença é que agora eu entendo, eu tenho um certo conhecimento do porque as coisas acontecem como por exemplo eu sei que quando fico mais indisposta é porque eu só comi porcaria, nas poucas vezes que tenho cólica durante a menstruação sei que é porque eu me entupi de chocolate e/ou peguei friagem... Além de entender eu sei resolver, sei que nesse frio de Curitiba não há nada mais agradável do que coisas simples como um banho de Sol dentro de casa, escalda pés, bolsa de água quente na lombar (eu como não tenho vai as mãos do noivo mesmo), sentar com os pés de frente pro aquecedorzinho, um chá de orégano ou qualquer outro chá (principalmente o da Babi que além de tudo é gostoso, um dia e ainda descubro a mistura de ervas que ela faz) e também as resoluções que não tem a ver com o frio com boa alimentação e exercícios.
Hmm exercícios, ta aí provavelmente, o principal motivo pelo qual eu não tinha TPM antes. Menstruo desde os 12 anos, desde essa época e até antes tinha educação física na escola, até os 18 pratiquei capoeira, nesse meio tempo fiz um pouquinho de outras artes marciais e até futebol... Depois da maioridade além das mudanças naturais do corpo adolescente para o corpo adulto, eu comecei a namorar e só ia pra facul de bicicleta, fora isso vida sedentária, nos últimos 2 anos ganhei 5 kg e como não ter TPM assim não é mesmo?

Durante a construção do texto a menstruação veio, dessa vez a TPM foi rápida mas com tudo isso que disse. Agora só me resta colocar meu colar vermelho como simbolo da honra em que sinto de ser mulher e fértil, sortear um carta do oráculo da Deusa pra ver o que Ela reserva pra mim durante o próximo ciclo, e torcer pra que esse texto sirva pra alguém
Texto Lívia F. Barros.
Blog:


Ser mulher já me torna sagrada. Essa vivência ficou mais clara ainda quando fui mãe e em meus braços amamentei um ser. Porem todos os ventres fazem parte dessa sacralidade, seja um ventre fértil ou não, não ha necessidade de ser mãe, avó para ter a percepção do divino dentro de você. Muitas vezes uma menina, que mal sabe falar, andar não é vista como sagrada. Basta abrir olhos para si e para as outras e vê o sagrado brotar, renascer. E curar todas as marcas que o patriarcado nos deixou, curar todas as feridas que nós mesmas alimentamos quando caladas somos submissas a reagir. Curar toda essa omissão e sim transmitir esse poder que carregamos dentro de nós. O poder da vida.

Os círculos femininos são justamente para isso. Nesses círculos não importa sua idade, estado civil, opção sexual não impede que suas feridas possam ser curadas, de duvidas do universo feminino sejam esclarecidas, e o mais importante, o encontro com seu interior.
E assim seus projetos, sua saúde, seus relacionamentos possam fluir como seu sangue.
Para isso, basta se reunir com suas amigas, colegas de trabalho, não importa a religião de cada uma. O que importa é a consciência feminina.

Texto por Rhaid Tavares, em seu coven promove encontros sobre o Sagrado feminino



Uma boa pedida é entregar um pouco do seu sangue a terra, A Deusa, enquanto faz isso pode fazer uma Invocação de Oferenda Menstrual  essa foi retirada do Livro Ritos de Passagem do Claudiney Pietro
“Salve Guardiã do Útero de onde as águas se originam, na profundidade das fontes sagradas.
Eu lhe ofereço meu sangue, oh caldeirão borbulhante guardiã da minha tumba.
Senhora que liberta a alma de toda servidão
Que nesse sangue, possa haver vida, possa haver cura, possa haver renascimento.
Possa ele assegurar meu retorno ao seu ventre escuro em beleza e amor.

Que assim seja!